Escritor e jornalista Abílio Ferreira conta por que a criação do memorial, na região central de São Paulo, é oportunidade de revelar a permanência do passado.
No dia 20 de setembro, um cortejo voltou a singrar pelas ruas do bairro da Liberdade, em São Paulo. Realizado pelo terceiro ano consecutivo, o encontro, que sai da Igreja São Gonçalo e termina na Capela dos Aflitos, a poucas centenas de metros, celebra a memória de outros setembros, acumulados ao longo de quase dois séculos e meio de história do Brasil e de São Paulo.
O primeiro deles ocorreu no dia 20, em 1821, data da execução do cabo Francisco José das Chagas e do seu companheiro de batalhão, Joaquim José Cotindiba, condenados à pena de morte por se insurgir contra a desigualdade de tratamento, dado pela Coroa portuguesa, aos militares brasileiros e lusitanos.
O episódio marcou para sempre o imaginário popular. Executado Cotindiba, diante da sádica curiosidade do povo, chegou a vez de Chaguinhas, cuja morte não seria rápida. “Primeiro,” conta Roberto Pompeu de Toledo em A Capital da Solidão, “rompeu-se a corda que suspendia o condenado pelo pescoço. Mandou-se então trazer, de um açougue próximo, uma tira de couro. Em vão. O couro também acabou por se romper, ao peso do condenado.” Houve ainda uma terceira tentativa frustrada, quando Chaguinhas, conforme relato do padre Antônio Diogo Feijó, testemunha ocular do enforcamento, “já em terra foi acabado de assassinar”.
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